CEEMAR comemora o Dia Mundial dos Oceanos
Um lembrete de sua importância
Por Dayene Victória e Gabriel Cardoso
(Iniciação Científica pelo CEEMAR/UFRRJ)
08/06/2023
Dado que mais de 70% do nosso planeta é banhado por água salgada e que os oceanos estão sendo impactados cada vez mais com a problemática das externalidades negativas (poluição, aquecimento das águas, destruição de habitats, lixo, entre outras coisas), nos últimos anos pudemos perceber respostas e esforços positivos para tratar bem esta vasta parcela do planeta. Um exemplo disso é a Década do Oceano da ONU, que tem duração de 2021 a 2030, estabelecedora de diversas metas e objetivos a serem alcançados e atingidos pelas nações ao redor do mundo. Destacam-se nisso os ODS 13 e 14 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), que tratam do combate às alterações climáticas e da proteção da vida marinha, respectivamente, promovendo a redução do descarte indevido de produtos químicos e lixo plástico nos mares.
Desde o dia 8 de junho de 1992 comemoramos o dia mundial dos oceanos. O CEEMAR não poderia deixar de celebrar essa data tão memorável, uma vez que enquanto centro de estudos assumimos a responsabilidade de pesquisar e estudar a riqueza que há em nossos tão preciosos oceanos. Cumprindo este papel, resolvemos fazer essa publicação com o objetivo de fornecer orientações e cuidados que podemos dar início hoje mesmo, para fazer da nossa relação com os oceanos cada vez mais saudável e próxima do ideal.
Exemplificando o quão importante são nossas ações em conjunto: através da manutenção da vasta biodiversidade que existe nos oceanos é possível promover a regulação climática planetária e preservar toda a flora e fauna marinha. E nós podemos fazer isso alterando uma série de hábitos comuns e adotando alguns como:
- Cessar o consumo exagerado de água. Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), 81% dos municípios nacionais despejam pelo menos a metade de esgotos não tratados em rios e córregos, que por consequência, têm seus destinos os mares. Esta é uma das principais fontes de lixo no mar vindo dos continentes;
- Descartar o lixo corretamente, mostra-se importantíssimo saber como funciona o sistema de reciclagem regional, para que os produtos recicláveis cheguem aos centros de processamento. É necessário a separação daquilo que deve ser mantido daquilo que precisa ser destruído, para assim encontrar seu fim. Produzimos cerca de 1,52 milhão de toneladas de lixo por semana segundo o CGIRS-VJ, o equivalente a quase sete navios de cruzeiro. E uma grande parte desse lixo vai para os oceanos;
- Comer de forma sustentável. Isso mesmo. Saber de onde vem o pescado que consumimos impacta diretamente no combate às pescas não autorizadas e na proteção da vida marinha, diminuindo o consumo de espécies protegidas e pescas em áreas de preservação;
- Usar produtos ecológicos. O uso de plástico na produção de diversos utensílios domésticos, embalagens de produtos comestíveis e itens variados, faz com que seu consumo seja praticamente inevitável, no entanto, existem opções no mercado que procuram suprir as necessidades cotidianas da população sem ter de usar derivados do petróleo que acabam chegando às águas dos oceanos de uma forma ou de outra. Segundo dados do Greenpeace, por ano são despejados 8 milhões de toneladas de lixo nos mares, e dentre esta quantidade, algo em torno de 60 a 90% são resíduos plásticos. Além dos resíduos sólidos existem também os líquidos que mesmo sendo consideravelmente inferiores em quantidade, não deixam de poluir, e por isso merecem atenção. Um exemplo é a utilização exagerada de produtos industrializados para limpeza que contribuem para o acúmulo de excessos químicos nos esgotos, indo direto para rios e córregos que tem como destino final os mares. Substituir esses poluentes líquidos por produtos ecológicos é uma manobra necessária para uma relação saudável com os oceanos.
Podemos nos beneficiar com a exploração de recursos marinhos de maneira cuidadosa, sem impactar negativamente os oceanos, contribuindo para o desenvolvimento e crescimento econômico acelerado. Sabe-se que, entretanto, algumas atividades Onshore e Offshore (atividades dentro e fora do território nacional) nos levaram a um estágio de poluição alarmante, por isso toda essa consciência ambiental e oceânica se mostra necessária em cada indivíduo, assim formando uma ação coletiva em prol da manutenção e preservação dos oceanos. O dia mundial dos oceanos deve vir a todos como um lembrete de sua importância para nós, e do papel que detém, inevitavelmente, na vida de cada um.